sexta-feira, 17 de abril de 2009

Coisas para visitar em Porte Dorée - Foire du Trône

Nada melhor do que a primavera para dar uma levantada nos ânimos franceses. A expectativa do verão, do sol e das sonhadas férias chegam junto com o perfume das flores. Semana passada, em um dia de vento, eu olhei pela janela e vi uma chuva de flores que vinham voando da floresta aqui do lado e iam se espalhando pela calçada.

Mas aqui em Porte Dorée, primavera é sobretudo sinônimo de Foire du Trône. Explico.

Foire du Trône é um parque de diversão temporario que se instala no mês de abril e vai embora no 1° de junho. A feira é enorme e não é por nada não, mas tem uns brinquedos sinistrões que eu não vou nem a pau. Os vizinhos não partagem da minha alegria com a chegada da feira, ja que o bairro naturalmente pacato vira um salvem-se quem puder. Os metrôs lotam e o povo desce em massa na estação de Porte Dorée, que num dia habitual de inverno, so desce eu e mais uns dois. Dezenas de viaturas policiais ocupam as redondezas. Dai a rua fica uma bagunça boa e do meu apartamento ouço gritos dos grupos de adolescentes que passam embaixo. Da pra entender porquê os vizinhos não apreciam muito, mas para mim essa movimentação faz lembrar um pouco o Brasil. So faltava olhar da janela e ver uma barraca de churrasquinho.



quarta-feira, 8 de abril de 2009

A linha 13

Sabe a pior coisa da minha faculdade? Eh conseguir chegar la. Ela fica em Saint Denis, fora de Paris, num suburbio considerado 'quente'. Sabe aquela época em que se queimaram centenas de carros e a França aparecia todo dia no jornal? Pois é la mesmo, a minha fac. Mas eu so dei esse detalhe para vocês se localizarem melhor, pois não tenho do que reclamar da area, muito menos das pessoas. Acho mesmo super simpatico o acampamento permanente de ciganos que tem atras da universidade.

O chato é que eu moro do outro lado da cidade e demoro 1h pra chegar. Mas não é so isso, afinal quando eu trabalhava em Ipanema demorava mais. O problema é que troco de metrô quatro vezes, e o pior: pego a bendita linha 13.

A linha 13 so pode ser uma criação do coisa-ruim para castigar os mais pecadores dentre nos. Eu que ja detesto metrô, peguei trauma de vez. Li uma vez que ha em média 4,5 pessoas por metro quadrado nos vagões. Façam as contas. Na pratica ja sabia disso faz tempo. Tem até um funcionario em cada porta, para assegurar o fechamento. Nunca tinha visto isso na vida. Fora os engarrafamentos de trens, que obriga o piloto a parar a cada 20m naquele tunel escuro (morro de medo).

Ja fiquei presa por pane de sinalização, pane de energia, viajante passando mal, até suicidio na linha! Pelo menos tenho sempre uma desculpa pronta para os atrasos.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Homesick

Depois de dois longos anos morando em Paris eu passei a me achar, assim, meio parisiense. Passei a achar conveniente as pessoas não puxarem conversa no ponto de ônibus, comecei a levar a baguete debaixo do braço, como disse em algum post abaixo, passei até mesmo achar que não era tão grave assim não ter tantos amigos como tinha no Brasil... E pasmem: achava até que ja estava acostumada com o frio. Fora a aparência: pele branquissima, cabelos longos e sem corte, um ar meio ao léu... Ou seja, super adaptada. Quando viajei nas férias pra Portugal cheguei a ficar com saudades de Paris, pra mim essa tinha sido a prova final. Cheguei a duvidar se conseguiria viver no Brasil de novo.

Foi então que aconteceu: passei dois meses no Brasil e joguei toda minha parisiandade conquistada em dois anos pela janela! Cortei o cabelo, peguei um bronze. Foi inexplicavelmente bom encontrar minha mãe, meu pai, minha avo, (quase) toda a minha familia e pessoas queridas. Que prazer de ir à praia, de tomar um açai, de ver novela! Que coisa boa falar na lingua que você conhece melhor e todos entenderem cada palavra! Carne, muita carne! Amigos, vocês são a melhor coisa que o Rio de Janeiro pode me oferecer.

Tem gente que muda de pais e acaba não se sentindo nem uma coisa nem outra, se sente estrangeiro em todo lugar. Eu tinha medo disso acontecer comigo, mas agora eu sei e admito: sou brasileira e nunca vou deixar de sê-lo. Amo a informalidade com que o brasileiro encara a vida e super me contradizendo no ultimo post: o Brasil é o melhor lugar do mundo!

(pelo menos pra mim)



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